26.1.16


Falar de poesia, como coisa ainda viva
Contornar a si mesmo - coisa ainda viva -
Aparando os excessos do eu
Divergindo da voz no instante mesmo
em que a voz nasce, cresce, zumbe.

Calar a poesia - porque o tempo urge
e é feroz -
Em cada golpe de faca um ultimato
ao lirismo podre de velho.

Pelas ancas nuas do Abismo
os amores jamais existirão:
sob uma lua sanguinolenta,
em transes de fúria,
cadáveres do passado esmurram vidros.

:::AVISO:::
Procura-se no átimo do soco
Nas vítimas que jazem em sacos
ESSA voz.