epílogo
Diz-me das tuas feridas abertas,
do ocaso, já lânguido,
na exausta pálpebra.
Diz, para que o meu silêncio
afunde nossas mãos em hera
e o verde de outrora
nos apodreça, erguendo
palma a palma, em muro,
o pó dos dias caídos.
As horas da manhã se incendiaram
em dentes roxos:
é sempre tarde.
(na imensidão do corpo
produzíamos adiamentos,
sussurros)
tu me conduzias pela ponte
rumo ao precipício -
eu em tempo de olhar pétalas.
e sem nenhum sobreaviso
sempre à vista de um gavião
pulávamos.