16.5.24

Voltei para os ermos e para

a poesia:

pássaros cintilantes

a hera de fogo

a terra fumegante

por ora

me esquecem.


apenas um sussurro em que se adivinhe

a palavra.

apenas um sopro onde o vento

sequer é lembrado,

o repouso em que se entranha

o recém-nascido.


nada dele cresce

que não se emende em um balouçar

de folhas

(uma oração

cresce na noite

reivindicando

as causas perdidas).


A borboleta do momento atravessa o espaço

vaga, frágil

mas real.

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