11.5.25

Sobrevivência

Tem coisas a que a gente se apega. Por necessidade, sobrevivência. Às vezes somos capturados na distração: uma luz incidindo obliquamente, de forma a nos causar algum tipo de maravilhamento ótico; um cheiro bom, vindo de longe, talvez da casa perdida da infância. A vida, sem essas distrações, seria insuportável. Sem elas, não existiria poesia. 

Tudo isso se dá no vácuo. Não existe no discurso oficial da Vida. É como um detalhe marginal incapaz de inspirar grandes narrativas. Olhe de perto, bem de perto. Ou olhe de longe, de modo que as coisas se fundam, e em tudo exista a implicância de tudo.

São as duas maneiras possíveis de olhar. 

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