7.10.25

Sopro

 Abri a janela sem saber onde estava:

olhei o mundo como (talvez?) 

um recém-nascido.

Tinha consciência da minha inconsciência.

Demorei-me naquele momento

poupando os olhos,

rastreando, palmo a palmo,

os objetos.

Cada sensação me protegia

sob a casca da manhã.


E então, entendi,

e o entendimento

tudo escureceu -

como quem desaba de um precipício

como quem descobre

sob a pele 

um velho personagem.

Nenhum comentário: